AH, A VELHA PÍLULA...
Estou vendo a hora em que alguma entidade ambientalista vai começar a fazer campanha contra a pílula. É essa mesma que você está pensando, a anticoncepcional. Comecei a ficar desconfiada depois de ler, recentemente, o resultado de um estudo francês que é mesmo preocupante. Acontece que as estações de tratamento de esgotos comuns não conseguem neutralizar os hormônios sintéticos contidos nas pílulas e que são eliminados do corpo das mulheres através da urina. Resultado, vão parar nos rios e afetam a fertilidade de peixes e outros animais que dependem dessa água. Calculam os pesquisadores que as pílulas são a fonte de pelo menos metade do estrogênio que provoca tal estrago.
Aliás, esta que foi o símbolo da liberdade sexual na década de 60 anda numa maré que vou te contar. Quase toda novidade que aparece é má notícia. Na Inglaterra, por exemplo, descobriram que afeta a memória. Não que as mais de 100 milhões de consumidoras pelo mundo afora corram o risco de perambular pelas ruas sem saber
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quem são e onde estão. A mudança que os cientistas identificaram depois de 10 anos pesquisando está na qualidade das lembranças. Como a pílula interfere na parte do cérebro que controla as emoções, faz com que as lembranças sejam mais emocionais. Testes com usuárias e não-usuárias mostraram que as segundas têm uma capacidade bem maior de recordar detalhes de uma situação, enquanto o que as outras não esquecem é como se sentiram. Faz sentido, já que a principal função dos comprimidos é colocar fora de combate hormônios sexuais com o estrogênio e a progesterona, que já se sabe têm a ver com a memória feminina.
O diabo é que, acabam de revelar os especialistas americanos, outra coisa bem mais importante também pode ficar fora de combate: o desejo. A pesquisa foi feita com mais de mil mulheres e é meio assustadora. Não só existiria uma ligação entre o uso contínuo do anticoncepcional e a disfunção sexual, como a falta de tesão
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afetaria principalmente a mulherada mais jovem. Percebeu que usei os verbos no condicional? Não foi por modismo, foi porque esse estudo não me convenceu inteiramente. Os organizadores fizeram tanta questão de frisar que tal problema não acontece com quem usa camisinha que tenho lá minhas dúvidas se não se trata de terrorismo para nos lembrar de que pílula evita gravidez mas não é sinônimo de sexo seguro.
Outro novo perigo divulgado a respeito do anticoncepcional oral é – acredite se quiser – que ele pode nos fazer escolher o homem errado. O argumento dos cientistas para dar este arrepiante alerta é o seguinte: nossa tendência natural é sentir atração por parceiros com genes um pouco diferentes dos nossos. Coisa instintiva e inconsciente, já que desde priscas eras a variedade genética era uma garantia de prole mais forte e saudável. Uma mulher grávida, ao contrário, procura parceiros mais parecidos com ela, sujeitos gente fina, mas não necessariamente aqueles com quem realmente gostaria de ter um relacionamento. Ora, o que faz a pílula? Imita uma gravidez. Quer dizer, engana o organismo e, por tabela, o instinto. E aí pode estar a explicação para alguns casos de “ai, não era bem isso que eu queria...”.
Talvez tudo não passe de mera teoria. Mas uma coisa parece certa: a gloriosa e libertadora pílula envelheceu. E, pelo jeito, envelheceu mal.
Outro novo perigo divulgado a respeito do anticoncepcional oral é – acredite se quiser – que ele pode nos fazer escolher o homem errado. O argumento dos cientistas para dar este arrepiante alerta é o seguinte: nossa tendência natural é sentir atração por parceiros com genes um pouco diferentes dos nossos. Coisa instintiva e inconsciente, já que desde priscas eras a variedade genética era uma garantia de prole mais forte e saudável. Uma mulher grávida, ao contrário, procura parceiros mais parecidos com ela, sujeitos gente fina, mas não necessariamente aqueles com quem realmente gostaria de ter um relacionamento. Ora, o que faz a pílula? Imita uma gravidez. Quer dizer, engana o organismo e, por tabela, o instinto. E aí pode estar a explicação para alguns casos de “ai, não era bem isso que eu queria...”.
Talvez tudo não passe de mera teoria. Mas uma coisa parece certa: a gloriosa e libertadora pílula envelheceu. E, pelo jeito, envelheceu mal.