ANTES QUE EU ME ESQUEÇA...
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CAMINHO DA ROÇA!

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Está a fim de sombra e água fresca, certo? Sinto informar que, antes, tem que dar 
um duro danado.

No momento em que deixa a sua praia e vai se instalar no habitat  alheio, é aconselhável estar preparada para as ilimitadas possibilidades de entrar numa fria. Até porque abacaxis que antes o caseiro tinha procuração para descascar passam a cair na sua mão. Um dos principais problemas é o seguinte: não importa seu grau de escolaridade, para os locais você não passa de uma anta da cidade que não entende nada de coisa nenhuma.

Haverá sempre uma certa resistência passiva às suas ordens – aliás, sempre houve, só que antes, por não estar presente 24 horas por dia, você não via. Os mais desdenhosos são os empregados temporários que a gente contrata para serviços extras – e, acredite, dia sim, dia não aparece um serviço extra urgentíssimo: cercas se desfazem sem mais nem por quê, eucaliptos monumentais ameaçam despencar, pontes são levadas de roldão pela pior enchente dos últimos 75 anos.

O único jeito de mostrar que você não está ali a passeio (embora desejasse ardentemente estar) é botar a mão na massa. Em casos extremos, não hesite em acordar às quatro da manhã, amarrar um lenço na cabeça, vestir a roupa mais enxovalhada, calçar botas de borracha  e se apresentar, de enxada e foice em punho, para um mutirão que vai carpir 50 alqueires de mata fechada numa fazenda que fica a 15km do amado sítio onde pretendia curtir a vida numa boa.

Graças ao bom Deus, não precisei chegar a tanto. Bastou-me provar que ninguém neste sítio limpa um canteiro melhor do que eu. Passei os três dias seguintes entrevada, costas moídas, mãos em petição de miséria, mas marquei o meu território – e, tarde demais, descobri que num sítio (no meu, pelo menos) pode faltar tudo, menos luvas de borracha.    


Depois de demonstrar que você não é tão frágil nem tão imbecil como parece, há grande possibilidade de ganhar mais do que o respeito da peonada. Pode acontecer, de repente, de ninguém mais se dar ao trabalho de mexer uma palha sem consultá-la. Por mais ínfima que seja a decisão, correm todos ao oráculo e não adianta tentar devolver a bola porque nenhum deles chutará em gol sem a sua autorização. Verificam-se, então, diálogos surrealistas do tipo:
     

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Mutirão na Roça, de Nilson Pimenta.
-- A senhora qué que mande colhê as laranja hoje?
-- Não sei. Já estão maduras?
--  Madura, madura, não.
-- Quando vão ficar maduras?
-- Mais uns cinco dia.
--  Então, vamos esperar mais cinco dias.
-- É, mais se nóis espera, o povo que passa na estrada pode pegá tudo.
-- Então, colhe.
-- Pode colhê mesmo?
-- Pode.

Ou uma conversa de loucos assim:
-- A senhora qué que faça a cerca da horta de bambu ou de mourão?
-- Qual é melhor?
-- Mourão com arame dura mais.
-- Se dura mais, vamos fazer.
-- Só que é mais cara porque a gente não temos arame, vai precisá comprá.
-- Mas se vale a pena, a gente compra. Quantos metros?
-- Vou tê de medi.
-- Tudo bem. Se você garante que fica bom...
-- Bom fica. Só tem uma coisa: as galinha pode passá e comê as semente.
-- E na cerca de bambu elas não passam?        
-- Na de bambu, não.
-- Ótimo, faz de bambu, que é o que não falta aqui.
-- O pobrema é que vai gastá muito mais arame pra segurá os bambu tudo juntinho.

Pegou o espírito da coisa?

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(Passada a "pedreira", dias
melhores virão. Ou não.)

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