AMNÉSIA ERÓTICA
“Foi bom pra você?”
Sempre achei este o tipo de pergunta que ninguém tem direito de fazer. Aliás, nem direito nem necessidade. Perguntar para quê? Por gentileza não há de ser, pois, mesmo que tenha gostado, o(a) parceiro(a) fica numa tremenda saia justa, encostado(a) na parede e com uma vaga sensação de culpa por não ter sido capaz de demonstrar como adorou a transa – ou, pelo contrário, por não ter sido capaz de esconder que não achou lá essas coisas.
Mas geralmente é a insegurança que dispara a perguntinha incômoda e aí o caldo engrossa de vez porque está na cara não só que o inquisidor espera ouvir um “sim” como não vai acreditar nele, já que não foi um elogio espontâneo.
Sempre achei este o tipo de pergunta que ninguém tem direito de fazer. Aliás, nem direito nem necessidade. Perguntar para quê? Por gentileza não há de ser, pois, mesmo que tenha gostado, o(a) parceiro(a) fica numa tremenda saia justa, encostado(a) na parede e com uma vaga sensação de culpa por não ter sido capaz de demonstrar como adorou a transa – ou, pelo contrário, por não ter sido capaz de esconder que não achou lá essas coisas.
Mas geralmente é a insegurança que dispara a perguntinha incômoda e aí o caldo engrossa de vez porque está na cara não só que o inquisidor espera ouvir um “sim” como não vai acreditar nele, já que não foi um elogio espontâneo.
Em priscas eras, tive um namorado que me enlouquecia perguntando se eu o amava. Não precisava de pretexto, era uma espécie de vírgula que usava no meio de uma conversa, mesmo quando o assunto não tinha nada a ver.
Nunca percebeu que, cada vez que fazia isto, me deixava um pouquinho mais inclinada à irritação e à dúvida do que ao amor. Fico imaginando a tortura que seria se a gente tivesse ido para a cama. E estou convencida de que acabaria tendo um ataque e respondendo alguma barbaridade só para me vingar daquela opressora insistência.
Nunca percebeu que, cada vez que fazia isto, me deixava um pouquinho mais inclinada à irritação e à dúvida do que ao amor. Fico imaginando a tortura que seria se a gente tivesse ido para a cama. E estou convencida de que acabaria tendo um ataque e respondendo alguma barbaridade só para me vingar daquela opressora insistência.
Ora bolas, uma boa transa não precisa necessariamente deixar você em êxtase, tecendo loas ao gênio da lâmpada que proporcionou experiência tão sublime. Bom não é sinônimo de espetacular e fantástico, mas nem por isto deixa de ser bom. Também não é inesquecível, mas quanta coisa legal acontece na vida da gente que com o tempo some da memória? Sexo memorável é raro e aí reside seu valor. Ninguém lembra para sempre todas as vezes que transou gostoso; é bem mais provável que jamais esqueça as ocasiões em que a coisa foi um desastre ou uma decepção.
Não sei até que ponto você também se irrita com tal tipo de cobrança na cama. Recentemente fiquei sabendo, porém, que existe uma grande ironia nessa história toda. Que é a seguinte: sexo pode fazer a gente perder a memória.
Trata-se de uma condição chamada amnésia global transitória. Como o nome diz, é temporária, e ninguém sabe direito por que acontece.
Ao que parece, está ligada a atividades físicas intensas, o que a torna teoricamente mais provável depois de uma sessão de sexo selvagem, daquelas que parceiros encucados gostariam de ter certeza de que deixarão marca indelével.
Trata-se de uma condição chamada amnésia global transitória. Como o nome diz, é temporária, e ninguém sabe direito por que acontece.
Ao que parece, está ligada a atividades físicas intensas, o que a torna teoricamente mais provável depois de uma sessão de sexo selvagem, daquelas que parceiros encucados gostariam de ter certeza de que deixarão marca indelével.
Na avaliação dos cientistas, apenas três a cinco pessoas em cada grupo de 100 mil passam por isso a cada ano e, pelas minhas estimativas, dependendo do caso pode ser considerada uma amnésia bem-vinda, uma vez que não dura mais de 24 horas nem tem efeitos colaterais.
Ressonâncias magnéticas e tomografias computadorizadas não costumam mostrar nada de anormal ou danos no cérebro. Por sinal, até agora, a melhor explicação que os pesquisadores encontraram para a perda de memória desencadeada pelo sexo é que não começa no cérebro,
mas no pescoço.
Um estudo publicado recentemente acompanhou 142 pacientes e descobriu que 80% tinham insuficiência das válvulas na veia jugular – aquela que leva o sangue da parte de trás do cérebro de volta ao coração.
Ressonâncias magnéticas e tomografias computadorizadas não costumam mostrar nada de anormal ou danos no cérebro. Por sinal, até agora, a melhor explicação que os pesquisadores encontraram para a perda de memória desencadeada pelo sexo é que não começa no cérebro,
mas no pescoço.
Um estudo publicado recentemente acompanhou 142 pacientes e descobriu que 80% tinham insuficiência das válvulas na veia jugular – aquela que leva o sangue da parte de trás do cérebro de volta ao coração.
Achei uma delícia o caso de um homem que perdeu a memória no momento exato do orgasmo e começou a perguntar: “Onde estou? O que aconteceu?”.
Seria a reação perfeita e definitiva para o milésimo e intragável “foi bom pra você?”.
Seria a reação perfeita e definitiva para o milésimo e intragável “foi bom pra você?”.