(Mensagem de José Augusto Carvalho ao Roldão)
Foi a partir dos dias em que durava cada fase da Lua que se estabeleceu a semana hebdomadária, isto é, com sete dias, o que foi legalizado pelo Concílio de Niceia, em 325. A contagem numérica dos dias da semana começou pela tradição cristã antiquíssima de numerar os dias a partir do sábado. O domingo seria a “prima sabbati”, isto é, o primeiro dia depois do sábado; o dia seguinte seria “secunda sabbati”, etc. O domingo era o dia do Senhor (em latim: Dominus). O primeiro a chamar “dia do Senhor” ou “Domingo” a um dia da semana foi São Justino, fundador da primeira escola cristã em Roma, onde foi martirizado no ano 165. Foi o Papa São Silvestre que determinou que não se desse número ao domingo.
Nem toda semana foi hebdomadária. O calendário da Revolução Francesa dava ao mês a duração de 30 dias divididos em três semanas de dez dias, em que os domingos foram abolidos por sua característica religiosa. Os dias da semana eram assim chamados: primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, ocitidi, nonidi e decadi.
O equivalente a “feira”, mercado, em latim, era a palavra nundinae (o feirante era o nundinator). O nome atual feira é alteração de feriae (nome feminino plural que designava férias, descansos, donde a palavra feriado). Domingo era dia de descanso, “feira”. Os agricultores se reuniam aos domingos depois da missa no adro das igrejas para venderem seus produtos. Feira, descanso, passou a significar comércio. A segunda-feira seria o segundo dia de feira. A expressão “freguês”, cliente comercial, vem do latim “filius ecclesiae”, isto é, filho da Igreja. Até hoje se usa a palavra “freguesia” para designar uma paróquia.
Para os cristãos, sábado e domingo são realmente os dias finais da semana (já que domingo é o sétimo dia, o dia de descanso do Senhor). O problema é que, por causa do nome “segunda-feira”, o falante do português acha que, por isso, domingo seria o primeiro dia da semana, quando, na verdade, é o último. Para os judeus, sábado é o último dia da semana.
Deverá estar nas bancas esta semana a revista Mundo Estranho, em que falo a respeito disso. O estudo dos nomes dos dias da semana em várias línguas (em hebraico, os dias da semana também são numerados, como em português, exceto para eles o sábado e para nós o domingo) estará no meu próximo livro Crônicas linguísticas.
Foi a partir dos dias em que durava cada fase da Lua que se estabeleceu a semana hebdomadária, isto é, com sete dias, o que foi legalizado pelo Concílio de Niceia, em 325. A contagem numérica dos dias da semana começou pela tradição cristã antiquíssima de numerar os dias a partir do sábado. O domingo seria a “prima sabbati”, isto é, o primeiro dia depois do sábado; o dia seguinte seria “secunda sabbati”, etc. O domingo era o dia do Senhor (em latim: Dominus). O primeiro a chamar “dia do Senhor” ou “Domingo” a um dia da semana foi São Justino, fundador da primeira escola cristã em Roma, onde foi martirizado no ano 165. Foi o Papa São Silvestre que determinou que não se desse número ao domingo.
Nem toda semana foi hebdomadária. O calendário da Revolução Francesa dava ao mês a duração de 30 dias divididos em três semanas de dez dias, em que os domingos foram abolidos por sua característica religiosa. Os dias da semana eram assim chamados: primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, ocitidi, nonidi e decadi.
O equivalente a “feira”, mercado, em latim, era a palavra nundinae (o feirante era o nundinator). O nome atual feira é alteração de feriae (nome feminino plural que designava férias, descansos, donde a palavra feriado). Domingo era dia de descanso, “feira”. Os agricultores se reuniam aos domingos depois da missa no adro das igrejas para venderem seus produtos. Feira, descanso, passou a significar comércio. A segunda-feira seria o segundo dia de feira. A expressão “freguês”, cliente comercial, vem do latim “filius ecclesiae”, isto é, filho da Igreja. Até hoje se usa a palavra “freguesia” para designar uma paróquia.
Para os cristãos, sábado e domingo são realmente os dias finais da semana (já que domingo é o sétimo dia, o dia de descanso do Senhor). O problema é que, por causa do nome “segunda-feira”, o falante do português acha que, por isso, domingo seria o primeiro dia da semana, quando, na verdade, é o último. Para os judeus, sábado é o último dia da semana.
Deverá estar nas bancas esta semana a revista Mundo Estranho, em que falo a respeito disso. O estudo dos nomes dos dias da semana em várias línguas (em hebraico, os dias da semana também são numerados, como em português, exceto para eles o sábado e para nós o domingo) estará no meu próximo livro Crônicas linguísticas.