BOA LEITURA
Deu na coluna do considerado Ancelmo Gois:
"Tempos modernos -- Pesquisa encomendada pela Secretaria de estado de Educação do Rio, com 4 mil alunos do ensino médio da rede pública, mostra que 14% não leram um só livro nos últimos cinco anos. Outros 11% leram apenas um, e 26%, dois ou três."
Janistraquis gostaria de saber:
1 -- Esses 26% falaram a verdade ou também não leram nadica de nada nesses cinco anos?
2 -- Se leram mesmo, quais foram as obras escolhidas?
3 -- Se ocorreu a leitura, quantos meninos entenderam o que estava escrito?
Deu na coluna do considerado Ancelmo Gois:
"Tempos modernos -- Pesquisa encomendada pela Secretaria de estado de Educação do Rio, com 4 mil alunos do ensino médio da rede pública, mostra que 14% não leram um só livro nos últimos cinco anos. Outros 11% leram apenas um, e 26%, dois ou três."
Janistraquis gostaria de saber:
1 -- Esses 26% falaram a verdade ou também não leram nadica de nada nesses cinco anos?
2 -- Se leram mesmo, quais foram as obras escolhidas?
3 -- Se ocorreu a leitura, quantos meninos entenderam o que estava escrito?
NOTA DEZ
A propósito da estimulante notícia segundo a qual "Idosos que tomam bebida alcoólica têm menos riscos de doenças mentais", a considerada Anna Maria de Assis Ribeiro, carioca de 82 aninhos muito bem vividos, enviou à coluna este depoimento, diretamente de seu escritório no Humaitá:
Maravilha! Hoje já não tenho o menor problema em confessar que, entre todas, adoro uma boa cachaça. Nem sempre foi assim. Aos dezenove anos, recém-casada com um tenente da aeronáutica, provoquei olhares e, certamente, pensamentos de uma quase violenta reprovação ao perguntar ao barman do Cassino de Oficiais que marcas de cachaça havia. Nenhuma, disse-me ele, escandalizado.
No dia seguinte fui à cidade (morávamos na Base Aérea de Natal) e comprei uma garrafa da pernambucana Serra Grande, que entreguei ao barman para que estivesse sempre à minha disposição. Dois dias depois fomos lá e eu, ao pedir o cálice da bebida que mais gosto, fui surpreendida por ver que o rótulo da garrafa tinha sido trocado por outro que ostentava em letras de imprensa manuscritas: Licor da senhora do Tenente Noel!
A propósito da estimulante notícia segundo a qual "Idosos que tomam bebida alcoólica têm menos riscos de doenças mentais", a considerada Anna Maria de Assis Ribeiro, carioca de 82 aninhos muito bem vividos, enviou à coluna este depoimento, diretamente de seu escritório no Humaitá:
Maravilha! Hoje já não tenho o menor problema em confessar que, entre todas, adoro uma boa cachaça. Nem sempre foi assim. Aos dezenove anos, recém-casada com um tenente da aeronáutica, provoquei olhares e, certamente, pensamentos de uma quase violenta reprovação ao perguntar ao barman do Cassino de Oficiais que marcas de cachaça havia. Nenhuma, disse-me ele, escandalizado.
No dia seguinte fui à cidade (morávamos na Base Aérea de Natal) e comprei uma garrafa da pernambucana Serra Grande, que entreguei ao barman para que estivesse sempre à minha disposição. Dois dias depois fomos lá e eu, ao pedir o cálice da bebida que mais gosto, fui surpreendida por ver que o rótulo da garrafa tinha sido trocado por outro que ostentava em letras de imprensa manuscritas: Licor da senhora do Tenente Noel!
DE PAPINHAS
Chamada na primeira página da Folha:
Criança que come papinha de colher
tem maior chance
de ser obesa
Janistraquis está convencido de que a palavra chance é inadequada:
"Chance é oportunidade, é coisa boa; criança que come papinha corre o risco de ficar obesa."
Chamada na primeira página da Folha:
Criança que come papinha de colher
tem maior chance
de ser obesa
Janistraquis está convencido de que a palavra chance é inadequada:
"Chance é oportunidade, é coisa boa; criança que come papinha corre o risco de ficar obesa."
"INDIOMA"
O considerado Walter de Araújo Borghi, advogado em São Paulo, torcedor do Palmeiras, jura de pés juntos que escutou esta beleza no final da transmissão do jogo Paulista 3 X1 Catanduvense:
"...Então vamos se despedindo."
Janistraquis adorou esse linguajar simples e direto tão ao gosto do eleitorado.
O considerado Walter de Araújo Borghi, advogado em São Paulo, torcedor do Palmeiras, jura de pés juntos que escutou esta beleza no final da transmissão do jogo Paulista 3 X1 Catanduvense:
"...Então vamos se despedindo."
Janistraquis adorou esse linguajar simples e direto tão ao gosto do eleitorado.
MORTA VIVA
Considerado leitor que se apresenta com o nome de Alternativo, envia dalgum lugar deste mundo:
Título de matéria do G1, postada pelo portal às 18h52min de 10/2/2012. Ainda bem que a senhorinha estava viva, caso contrário teria morrido duas vezes:
DONA MOCINHA
Única irmã viva de Lampião morre em SP
Considerado leitor que se apresenta com o nome de Alternativo, envia dalgum lugar deste mundo:
Título de matéria do G1, postada pelo portal às 18h52min de 10/2/2012. Ainda bem que a senhorinha estava viva, caso contrário teria morrido duas vezes:
DONA MOCINHA
Única irmã viva de Lampião morre em SP
JANISTRAQUIS
EXIGE CADEIA
PARA OS ASSASSINOS
DO IDIOMA
O considerado Youssef Ibrahim, ilustre jurisconsulto, nosso correspondente no Vale do Paraíba, envia de um de seus escritórios às margens da Via Dutra:
Na hora do almoço eu ouvia a Rádio Jovem Pan AM quando um oficial PM, encarregado do comando da operação de resgate das vítimas do desabamento do prédio em São Bernardo do Campo, me solta as seguintes pérolas:
"Prédio que veio a colapsar"... e "andares que colapsaram".
Ai, ai... O verbo colapsar, segundo pesquisei, ainda não tem registro na linguagem culta, mas agora, neste país em que o MEC distribui livro que "ensina" que "nóis vai e nóis pesca o peixe e nóis frita o peixe e óia o gato, e depois nóis come o peixe" é forma que não deve ser corrigida pelos professores, sob pena de traumatizar o aluno com preconceito linguístico (que cazzo será esse treco?); é de se pensar em incorporar o verbo aos manuais de Língua Portuguesa, né não?
Alarmado, Janistraquis gaguejou como Heródoto Barbeiro:
"Data venia, doutor Youssef, porém acho que em vez de se incorporar o verbo colapsar aos manuais, melhor seria incorporar os, digamos, usuários, às Casas de Correção espalhadas pelo país, as quais vivem ermas de assassinos do idioma."
EXIGE CADEIA
PARA OS ASSASSINOS
DO IDIOMA
O considerado Youssef Ibrahim, ilustre jurisconsulto, nosso correspondente no Vale do Paraíba, envia de um de seus escritórios às margens da Via Dutra:
Na hora do almoço eu ouvia a Rádio Jovem Pan AM quando um oficial PM, encarregado do comando da operação de resgate das vítimas do desabamento do prédio em São Bernardo do Campo, me solta as seguintes pérolas:
"Prédio que veio a colapsar"... e "andares que colapsaram".
Ai, ai... O verbo colapsar, segundo pesquisei, ainda não tem registro na linguagem culta, mas agora, neste país em que o MEC distribui livro que "ensina" que "nóis vai e nóis pesca o peixe e nóis frita o peixe e óia o gato, e depois nóis come o peixe" é forma que não deve ser corrigida pelos professores, sob pena de traumatizar o aluno com preconceito linguístico (que cazzo será esse treco?); é de se pensar em incorporar o verbo aos manuais de Língua Portuguesa, né não?
Alarmado, Janistraquis gaguejou como Heródoto Barbeiro:
"Data venia, doutor Youssef, porém acho que em vez de se incorporar o verbo colapsar aos manuais, melhor seria incorporar os, digamos, usuários, às Casas de Correção espalhadas pelo país, as quais vivem ermas de assassinos do idioma."